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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A poesia de Fabrício Carpinejar



A poesia de Fabrício Carpinejar, ou simplesmente Carpinejar, é magma puro em forma de nuvens. “Escrevo para ser reescrito,/ Ando no armazém da neblina, tenso,/ sob ameaça do sol./ Masco folhas, provando o ar, a terra lavada./ Depois de morto, tudo pode ser lido.” (fragmento de “Ouvidos de Orvalho”, do livro Biografia de Uma Árvore). Parece, às vezes, o encontro da violência de Raduan Nassar com a leveza quase etérea de Cecília Meireles. E também parece querer nos tirar do automatismo diário, daquilo que julgamos ser vida.





Minha bagagem é a roupa do corpo.





Chega um momento


em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.







Não tenha pressa de me ler. Deixe a pressa comigo- Fabrício Carpinejar



Fabrício Carpinejar é poeta, jornalista e mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Nasceu em Caxias do Sul (RS) aos 23 de outubro de 1972. 



Livros Publicados



terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A humanigenialidade de Albert Einstein






Pode ser que um dia deixemos de nos falar... 
Mas, enquanto houver amizade, 
Faremos as pazes de novo. 

Pode ser que um dia o tempo passe... 
Mas, se a amizade permanecer, 
Um de outro se há-de lembrar. 

Pode ser que um dia nos afastemos... 
Mas, se formos amigos de verdade, 
A amizade nos reaproximará. 

Pode ser que um dia não mais existamos... 
Mas, se ainda sobrar amizade, 
Nasceremos de novo, um para o outro. 

Pode ser que um dia tudo acabe... 
Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, 
Cada vez de forma diferente. 
Sendo único e inesquecível cada momento 
Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre. 

Há duas formas para viver a sua vida: 
Uma é acreditar que não existe milagre. 
A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre.

Albert Einstein

Albert Einstein um pacifista militante



Albert Einstein foi um físico alemão de origem judaica, naturaliza-se suíço e, posteriormente, norte-americano. Educado em Munique e na Suíça, doutora-se em Zurique em 1905. Entre os anos de 1902 e 1909 está a trabalhar num escritório de patentes em Berna, até que em 1909 consegue incorporar-se no ensino universitário, que exerce em Zurique, Praga e Berlim.

Dirige o Instituto de Física Kaiser Wilhelm e é membro da Academia de Ciências Prussiana. Em 1905 publica os seus primeiros trabalhos sobre a análise matemática do movimento de Brown, o efeito fotoeléctrico, o estabelecimento da equivalência massa-energia e a exposição dos fundamentos da teoria especial (ou restringido) da relatividade.

Estes temas vão impulsionar uma mudança espectacular e revolucionária da concepção do mundo físico baseado na geometrização espácio-temporal da física moderna. A partir de 1910 aprofunda a teoria da relatividade e, em 1916, publica o resultado dos seus esforços. Recebe o Prémio Nobel de Física em 1921. A partir de então viaja pela Europa, Estados Unidos e Ásia.

Em 1933, pela sua condição de judeu tem que exilar-se da Alemanha e instala-se em Princeton (Estados Unidos). Em 1939 adverte o presidente Roosevelt, numa famosa carta, sobre o perigo de a Alemanha se ter adiantado na descoberta das possibilidades da energia nuclear, o que propicia a realização do Projecto Manhattan (criação das primeiras bombas atómicas). 

sábado, 9 de janeiro de 2010

A Poesia de Arthur Jaak Bosmans


Fotografias Rosie Hardy

Rosie Hardy, uma jovem e talentosa fotógrafa britanica tem um portfolio invejável no Flickr.



Dor holística

Das faces que oculto
Só me permito a da dor
Nela encontrei regozijos
Nos olhares e desejos dos que me invejam

Recorro à anestesia, de versos, cantigas e estrelas
Já que podem me suportar sem inveja, e sem carícias
Apenas porque aprendi que 
Nossas dores são as mesmas!




Medo de te ver"



Atravesso sempre pelos mesmos risos...
Com pedras brinco nas lagoas,
E chamo sempre alguém para estar comigo
Gosto de não estar só...
Não gosto dos naufrágios em meus sonhos,
Porque sempre acordo afogado em choro.
Prefiro os sonhos que não sonho,
Porque deles faço o que quero!
Esqueci dos favores que me fizeram
E acabei dormindo com a luz acesa...
Era medo de te ver!
Medo de te amar!




Os passos da vida"



Era apenas o início de toda uma noite
Com sonhos não programados
Com quarto banhado a luar
E sapatos jogados no canto
Me perdi na falta do sono
Te busquei em alguma estrela
Mas caí de novo no sono
Desperto pelo sol já quente
Banhei-me na tua ausência
Era suor , lágrimas e sangue!
Calcei trocado os sapatos
Mas nada mais me incomodava
Apenas percebi trocados
Os passos que dei na vida!




Último sonho"



Foi em passos lentos
Remoendo as angústias
Recordando sonhos
Que me joguei ao longe!


Só mais um sonho!!!
Um só!
E me despedia da vida


De me encontrar em sorrisos
Acordar sem chorar
De poder dormir ao teu lado
E nunca mais acordar...




Amargo recheio"







Descubro-te desnuda
E debruço,
No escuro pra te embalar
Como em noite de luar,
Em toques de ternura.
Te escuto o silêncio.
Te falo calado.
Sem enfado me descubro desnudo,
E rebusco nestes dois corpos
Aquele que é um só.
Me recubro de lembranças,
Mas recuso voltar no tempo.
Me envolvo em travessuras,
Travesseiros, mas sem teus seios.
De culpas recheado, já percebo
Apenas dormências.
Reminiscências de um gostar de você,
Na permanência da sua ausência.











No todo que me sou




Até quando serei esta massa retraída
Com tantas marcas nesta face traída
Sem nunca encontrar a saída?


Até quando terei de mim apenas passagens
De nunca me ter em alegres estiagens
Voltando ao mesmo ponto após tantas viagens?


Quem vem lá me oferecendo mais
Como em leilão de grandes ais,
Que me torna o troféu de tantos finais?


Quem me deseja com meus segredos
Descobrir-me entre tantos rochedos 
Onde me escondo de todos os meus medos?


Pra que dividir-me em tantas partes 
Fatias de desejos, pedaços descartáveis,
Se neste todo é que me sou?