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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Sobre as conchas da mão


Toma o amor guardado entre as conchas da minha mão. Dentro delas ouvi as ondas quebrando-se em pedras e o espetáculo de um pequeno musgo nascido à beira de um raio de sol. Dentro delas, ouvi a terra aninhando sementes e plantas entrelaçando a ponta de suas raízes. Finas raízes tentando sustentar o mundo sob as placas de cimento. As placas de cimento, de onde germinam as casas e crescem as pessoas, entrelaçando a ponta de seus braços e o mais fundo de seus corpos pela noite escura. Dentro delas, ouvi o mundo inteiro tentando ser par... e ouvi a ponta de tuas asas tocando minhas costas nuas, teu instrumento de cordas e suspiros profundos.

Rita Apoena- Vivo tão intensamente o momento, que quase chego atrasada ao momento seguinte.”

A vida como você deixou de perceber. Poesia é o que ela faz. Singela é a abordagem. Fala da vida comum demodo incomum, como pessoa que enxerga uma vida extraordinária nas pequenas coisas do mundo. Aliás, nas coisas do mundo. Ou por outra, do Mundo, assim mesmo com M maiúsculo. Diz da pessoa comum o quedoutroes jamais ou poucas vezes disseram. Com a perspicácia de poeta. Quer dizer Poetisa. Vive os detalhes e fala bem de todos deles. Das pequenas coisas reporta fatos como as maiores preciosidades. Do botão que procura casa na fazenda latifúndio, dos cílios que recortam as lágrimas. Da vida como ela é e como a vida pode ser: Amorosa, brejeira, faceira, iluminada, mesmo nos cantinhos encobertos pelas poeiras marcianas. Não deixe de visitar, de ler, de tomar pileque e refrigério d'alma neste sítio que vai sendo grande a cada segundo. Um minuto e já será perene. Como tantos estão dizendo: se apaixone como nós! E, emprestando as palavras de Gonzaguinha para homenagear a poetisa: é bonita, é bonita e é bonita! Vá lá: