A poesia de Fabrício Carpinejar, ou simplesmente Carpinejar, é magma puro em forma de nuvens. “Escrevo para ser reescrito,/ Ando no armazém da neblina, tenso,/ sob ameaça do sol./ Masco folhas, provando o ar, a terra lavada./ Depois de morto, tudo pode ser lido.” (fragmento de “Ouvidos de Orvalho”, do livro Biografia de Uma Árvore). Parece, às vezes, o encontro da violência de Raduan Nassar com a leveza quase etérea de Cecília Meireles. E também parece querer nos tirar do automatismo diário, daquilo que julgamos ser vida.
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