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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A poesia de Fabrício Carpinejar



A poesia de Fabrício Carpinejar, ou simplesmente Carpinejar, é magma puro em forma de nuvens. “Escrevo para ser reescrito,/ Ando no armazém da neblina, tenso,/ sob ameaça do sol./ Masco folhas, provando o ar, a terra lavada./ Depois de morto, tudo pode ser lido.” (fragmento de “Ouvidos de Orvalho”, do livro Biografia de Uma Árvore). Parece, às vezes, o encontro da violência de Raduan Nassar com a leveza quase etérea de Cecília Meireles. E também parece querer nos tirar do automatismo diário, daquilo que julgamos ser vida.





Minha bagagem é a roupa do corpo.





Chega um momento


em que somos aves na noite,
pura plumagem, dormindo de pé,
com a cabeça encolhida.
O que tanto zelamos
na fileira dos dias,
o que tanto brigamos
para guardar, de repente
não presta mais: jornais, retratos,
poemas, posteridade.
Minha bagagem
é a roupa do corpo.







Não tenha pressa de me ler. Deixe a pressa comigo- Fabrício Carpinejar



Fabrício Carpinejar é poeta, jornalista e mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Nasceu em Caxias do Sul (RS) aos 23 de outubro de 1972. 



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