“Claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, ,a questão é onde, não nesta cidade escura,
não neste planeta podre e pobre, dentro de mim?
Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores,
já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos fiz seis anos de análise,
já pirei de clínica, lembra? você me levava maçãs argentinas e fotonovelas italianas,
Rossana Galli, Franco Andrei, Michela Roc, Sandro Moretti,
eu te olhada entupida de mandrix e babava soluçando
perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança,
enquanto você, solidário e positivo, apertava meu ombro com sua mão
apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage,
a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada,
teu potencial criativo, tua lucidez libertária, bababá bababá.
As pessoas se transformavam em cadáveres decompostos à minha frente,
minha pele era triste e suja, as noites não terminavam nunca,
ninguém me tocava, mas eu reagi, despirei,
e cadê a causa, cadê a luta, cadê o potencial criativo?”
Nenhum comentário:
Postar um comentário