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domingo, 12 de setembro de 2010

"(...)Claro que você não tem culpa, coração, 
caímos exatamente na mesma ratoeira, 
a única diferença é que você pensa que pode escapar, 
e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka, 
me passa o cigarro, não, não estou desesperada, 
não mais do que sempre estive, nothing special, baby, não estou louca nem bêbada, 
estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, 
ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, 
gin-seng e lexotan,depois deito, depois durmo, depois acordo 
e passo uma semana a ban-chá e arroz integral, a
bsolutamente santa, absolutamente pura, absolutamente limpa, 
depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina 
ou ligo para o CVV às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer 
choramingando coisas do tipo preciso-tanto-de-uma-razão-para-viver-e-sei-que-esta-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá, até o sol pintar atrás daqueles edifícios, 
não vou tomar nenhuma medida drástica, 
a não ser continuar, 
tem coisa mais destrutiva que insistir sem fé nenhuma?”

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