E eu
E eu
permaneço acordada
com os olhos para dentro...
Assisto à partida dos barcos
que navegam na tormenta
e entram na madrugada
sob canções de acalento...
E eu
permaneço calada,
com as mãos cheias de unguento...
Vejo as canções delicadas
provocarem revoadas
Passam os dias e noites,
passam as dores de açoites,
passa a poeira do tempo,
e eu,
que vejo muito e quase nada,
contemplo as curvas da estrada
com os olhos para dentro.
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