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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Charles Mingus a nos sugerir caminhos: abraçados, acariciamos o corpo da noite até acender a fagulha mais intensa do desejo.O peito se ampliado em carícias.E nossa paixão louca, invencilíssima, inundando a cidade de janeiros. Miles Davis desenhando tantas ondas, e na escuridão do quarto espraiando sobre nós praias e luzes, algas e conchas. Em cada acorde borbulham nervuras e vísceras. Frank Zappa a desconstruir o que era óbvio, John Coltrane a soprar segredos. Tua boca crava em meu pescoço a mordida que há implícita em cada beijo. Azymuth embalando butterflys, nenhuma gota se perde da minha vontade de sentir teu gosto.Tantos sons se misturam. E não há gozo maior, meu amor, que fechar meus olhos embevecida pela música e, ainda assim, ver teu rosto. Tudo é dosadamente desmedido. Suspensa no tempo, suspiro teus dedos, teus dentes, delícias de um verso sentido. E eu me calo intensamente pra apreender a tua língua. E acordo renovada e curiosa para descobrir o que (nus) não exploramos...ainda.


Marla de Queiroz

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